Gilberto Gil Umblina – Meu amigo de mais de quarenta anos e com quem mantenho sólida e presente amizade aqui fica meu testemunho .
De Jorge Trabulo Marques – em canoasdomar.blogspot
GILBERTO GIL UMBLINA – Cantor, Compositor e Político Santomense, autor de grandes êxitos musicais, com raízes bem fundas ao seu amado país, que ele tanto tem belamente cantado. Um dos mais emblemáticos e antigos embaixadores da música típica de S. Tomé e Príncipe – Uma vida dedicada à sua amada pátria e à lusofonia, mas que tem sido praticamente ignorado e esquecido pelos poderes governativos.
A debater-se com sérios problemas de diabetes e de circulação das pernas .A necessitar de medicamentos e de uma cirurgia em Lisboa, ao pé esquerdo e não tem conseguido apoio
Organizou e promoveu a ida a S. Tomé de Carlos do Carmo, e, em Portugal, a par da vida artística, participou em várias ações cívicas, designadamente em defesa das gravuras rupestres, do Vale do Côa, num espetáculo Teatro de S. Luís e noutro de poio à Inatel de Oeiras.
Natural da Ilha do Príncipe, agora já na corrida dos setentas, tendo residido, vários anos, em Portugal, onde se assumiu como um grande embaixador da Música São-Tomense – Tive o prazer de me encontrar com ele, por várias vezes, uma das quais com o saudoso músico Bana, num bar de música de Cabo Verde, que se situava, para os lados do Aqueduto das Águas Livres – Ambos, cada um com o seu reportório, eram realmente as grandes vedetas da música de raiz africana, dos seus países.
Conheço Gilberto Gil Umbelina, pessoalmente, há muitos anos; com o qual, por várias vezes, convivi em Portugal e em S. Tomé – E, em 2014, além de uns encontros com seus amigos, quando aqui voltava, após 39 anos de ausência, tendo-me, mesmo, dado o prazer de almoçarmos juntos, num dos restaurantes, mais típicos da gastronomia da Ilha do Príncipe, a Tasca da Vicência, que existe na cidade de S. Tomé, perto da Igreja da Conceição, ao subir-se a caminho do Reboque, do dado esquerdo, paredes meias com outro da comida nigerense – Quem quiser saborear uma excelente muqueca, com todos os ingredientes à maneira da Ilha dos Papagaios, tem ali cozinha e cozinheiras, entendidas, simpáticas e esmeradas a preceito.
Gilberto Gil Umbelina, que abandonou a música para abraçar ideais políticos, é o fundador do Partido Socialista de São Tomé e Príncipe, que promete “uma magistratura de influência e diálogo, que não dará tréguas ao combate e à corrupção” . Mas sem recursos económicos, o que é que ele poderá fazer? – Num país, que continua a depender da ajuda externa, fortemente endividado, pouco mais restam que meras esmolas circunstanciais, sobretudo em período eleitoral, ou salários e reformas miseráveis – Pena que assim seja, visto ambas as ilhas, serem verdadeiros tesouros naturais inexplorados.
O percurso do Bana, internacionalmente mais conhecido, porém, o do Gil Humberto Umblina, de vez em quando, também brilhava como o grande intérprete da música do seu país, tanto em espetáculos televisivos ou em recintos, em Portugal, como mesmo em França e noutros países.
Ele era, realmente, muito popular e admirado – No seu jeito simples, descontraído, humilde e sorridente, despretensioso – Na sua habitual expressão, tal qual como era e ainda hoje é: nele não havia a pretensão artificial do vedetismo – Enquanto a vida lhe sorriu, casaco e camisa sem gravata, e, por vezes, para assumir a sua individualidade tropical, pela cabeça o inevitável chapéu de palha – Pelo menos, nos concertos, era esse o seu estilo à São-Tomense, para dar corpo, alma e voz, aos cantares crioulos das encantadoras Ilhas Verdes do Equador.
No entanto, pelo que depreendi, não obstante os êxitos alcançados da sua popular carreira artística, ele nunca foi um homem que lograsse amealhar fortuna